Entenda o que a Natura faz em prol da Amazônia e das pessoas que vivem nela para chegar nesse número.
Por: Natura
O que uma marca de beleza pode fazer pelo meio ambiente? Nós, da Natura, decidimos investir em ações pela conservação da Amazônia. De 2000 até hoje já são 1,8 milhão de hectares de floresta em pé que contribuímos para conservar. O número é 12 vezes o tamanho da cidade de São Paulo, 14 o da cidade do Rio de Janeiro e quase 26 vezes o tamanho de Salvador.
A base desse número vem de uma análise das taxas anuais de desmatamento da região amazônica produzidas pelo projeto Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – fonte oficial de dados para políticas públicas relacionadas ao tema. A partir dela, combinamos nossa atuação nas cadeias produtivas e as relações diretas e indiretas que derivam delas, somando os limites de unidades de conservação ambiental, nas quais atuamos, estabelecidos na Base Cartográfica do Ministério do Meio Ambiente.
Comércio justo
O fio condutor desse trabalho é o comércio justo, reconhecido com a certificação internacional UEBT (União para o BioComércio Ético) obtida pioneiramente pelos produtos Natura Ekos. Conquistado em 2018, o selo acaba de completar um ano.
Mais do que comprar matéria-prima, decidimos estabelecer uma relação cuidadosa com as famílias fornecedoras de ativos (5.600, atualmente no Brasil, 81% delas na Amazônia). Definimos o preço justo dos ativos junto as comunidades, utilizando metodologias participativas. Promovemos capacitação para que se fortaleçam, principalmente, na gestão e no desenvolvimento organizacional. Além disso, incentivamos boas práticas de manejo e de saúde e segurança do trabalho.
Em 2018, distribuímos quase R$ 36 milhões às comunidades fornecedoras, um aumento de 50% em comparação com o ano anterior. Esse montante representou, em média, uma renda anual de cerca de R$ 3.000 a cada família fornecedora de ativos. Mas não é só isso.
Repartição de benefícios
Um dos principais mecanismos legais para a manutenção de relações justas entre empresas que atuam com a biodiversidade e seus povos é a repartição de benefícios. A Convenção de Diversidade Biológica (CDB), acordo internacional estabelecido como consequência da ECO-92, determina que se reconheça o papel fundamental exercido pelas comunidades locais na conservação da biodiversidade com a repartição justa e dos benefícios de se utilizar tais recursos.
Essa convenção prevê que todas as empresas que utilizem esse patrimônio genético ou os conhecimentos tradicionais de um povo para fins comerciais devem devolver a esses parte dos benefícios gerados a partir desse uso. Ao assinarmos nosso primeiro contrato em 2004, fomos a primeira empresa a realizar esse tipo de repartição no Brasil e uma das únicas no mundo.
Dentre os exemplos dos resultados da repartição de benefícios, temos iniciativas em prol da conservação da biodiversidade, como a estruturação do Fundo de Desenvolvimento Sustentável junto a Cooperativa Mista dos Produtores Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru), com atuação na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Iratapuru, no Amapá. A cooperativa foi, inclusive, a primeira a fornecer insumos para a linha Natura Ekos.
Educação do campo e da floresta
Outra forma de atuação positiva que praticamos é o apoio, junto a uma rede de parceiros, à implantação de Casas Familiares Rurais (CFRs), modelo que combina ensino médio com técnico voltado para empreendedorismo rural. A mais recente é a Casa Familiar Rural do Campina, na região do Médio Juruá, no Amazonas, inaugurada no início de 2019.
Carbono Circular
O projeto Carbono Circular é mais uma maneira que encontramos para contribuir para a manutenção da floresta em pé. Por meio dele também remuneramos pequenos agricultores pelo serviço de conservação ambiental. No momento, a iniciativa é realizada em parceria com a Cooperativa de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (RECA), localizada na divisa entre os estados do Acre, Amazonas e Rondônia.
Sistema Agroflorestal
Lutar pela floresta em pé significa ainda buscar formas de cultivo que utilizem a própria como inspiração. Desde 2007, nós nos dedicamos a um projeto para adoção do sistema agroflorestal (SAF) no cultivo do óleo de palma (também conhecido como dendê), matéria-prima empregada internacionalmente em diversos produtos, especialmente dos setores cosmético e alimentício.
O SAF é um contraponto ao sistema de monocultura – que ameaça florestas ao redor do mundo. Ele combina o cultivo do ativo (no caso, o dendê) com o de outras culturas, como cacau, açaí e andiroba.
Na primeira fase do programa, conduzido em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o sistema foi testado em 18 hectares gerenciados por agricultores da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), no Pará. O piloto demonstrou a assertividade do modelo.
Benefícios socioambientais
Não só a produção do óleo de dendê no SAF é superior ao volume registrado na monocultura, como ficaram comprovados outros benefícios socioambientais, como a criação de uma barreira natural contra pragas em função da diversidade das espécies vegetais cultivadas e da captura de carbono da atmosfera. No âmbito social, o sistema biodiverso representa segurança alimentar para o agricultor e pode alavancar sua renda com a comercialização das espécies adicionais.
Em 2018, o SAF Dendê foi expandido, estando presente em 38 hectares. Demos início aos estudos técnicos para viabilizar a extração do óleo de palma proveniente do sistema agroflorestal em escala comercial. Além de empregar o dendê sustentável em nosso portfólio em breve, esperamos que o projeto se torne referência e possa ser escalado em outros países. Quando uma iniciativa dá certo, queremos sempre ampliá-la. Fazer o mundo mais bonito permeia todas nossas ações.
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